Querida nuvem,

Tu que pairas sem um porquê plausível, hoje te digo que estou a sofrer. Já não sei o que fazer mais. Sinto-me seca, por dentro e por fora. Como diria o Daniel antes de um exame de matemática: 'sinto-me a desfalecer'. E é isso mesmo... sem tirar nem pôr
descobri que não gostar de esperar é pouco para caracterizar a minha impaciência
Sempre tive uma carinho especial por ti, algo que me fazia acordar de noite e escrever sobre o que um dia foi nosso. Não era nada que me fizesse suster a respiração, era um reviver de noites perdidas. Ontem foi mais uma. Estás tão diferente, tão dedicado e interessado por ti próprio! Fizeste-me acreditar que diante de mim estava uma pessoa completamente diferente daquela que conheci há dois anos. Dois anos... e cá estamos de novo.
Gostava que soubesses apenas quantas horas gastei contigo antes de adormecer. Quantos momentos nossos ainda relembro quando estou debaixo dos meus lençóis. Quantas músicas tuas ainda guardo, quantos desenhos prometidos idealizo, quantos sonhos, quantos desejos. Tenho saudades de te sussurrar bem perto do teu ouvido que me fazes falta. E é agora que te tenho longe de mim que isso faz mais sentido do que nunca.